Assim como o Papa abriu a Porta Santa em Roma, paróquias do mundo inteiro abrem também as suas portas para celebrar, juntos, o Ano da Misericórdia. Em Porto Alegre, a abertura da Porta Santa ocorre neste próximo domingo, dia 13 de dezembro, a partir das 15h. O ponto de encontro é em frente ao hospital Santa Casa de Misericórdia, quando haverá uma caminhada até a Catedral Metropolitana de Porto Alegre, onde será celebrada uma missa às 16h, presidida pelo Arcebispo dom Jaime Spengler.
O Papa Francisco anunciou 2016 como o Ano da Misericórdia por meio da Bula de Proclamação Misericordiae Vultus (O Rosto da Misericórdia). O Jubileu iniciou no dia 8 de dezembro de 2015 (com a abertura da Porta Santa, em Roma) e se conclui no dia 20 de novembro de 2016, com a Solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo.
Na tradição católica, o Jubileu se realiza em um ano no qual se concedem indulgências aos fiéis que cumprem certas disposições estabelecidas pelo Papa. O Jubileu pode ser ordinário ou extraordinário. A celebração do Ano Santo Ordinário acontece em um intervalo a cada 25 anos, com o objetivo de que cada geração experimente pelo menos um Jubileu em sua vida. Já o Ano Santo Extraordinário se proclama como celebração de um fato destacado. O Jubileu proclamado pelo Papa Francisco é um Ano Santo Extraordinário. “É um convite para que, de maneira mais intensa, fixemos o olhar na Misericórdia do Pai”, sustenta dom Leomar Brustolin, Bispo Auxiliar de Porto Alegre.
O Papa quis que o tema fosse a misericórdia para nos unir mais ao rosto de Cristo, no qual se reflete a misericórdia do Pai, que é “rico em misericórdia” (MV 1). A misericórdia é superior à justiça. Deus é justo, mas vai muito além da justiça, com sua misericórdia e seu perdão. E é isso que podemos vivenciar neste Ano Santo.
“A celebração do Jubileu expressa oportunidade ímpar para a Igreja abrir suas portas e se pôr em atitude de saída, indo ao encontro de todos os que se sabem a caminho. Isso implica rever estruturas e práticas, tradicionalismos e dogmatismos”, afirma o Arcebispo de Porto Alegre, dom Jaime Spengler.
Nesse sentido, participar do rito, ultrapassar o portal de nossas catedrais, cumprir as orientações da Igreja para obtenção de indulgência é algo relativamente simples. “Desafiador é realizar o itinerário pessoal para fazer a experiência profunda e transformadora da misericórdia do Senhor, que espera e acolhe quem a Ele recorre suplicando misericórdia”, sustenta dom Jaime.
Indulgência é a remissão diante de Deus da pena devida aos pecados, cuja culpa já foi perdoada. Cada vez que alguém se arrepende e se confessa, é perdoado da culpa dos pecados cometidos, mas não da pena. Por exemplo, se alguém mata uma pessoa e se arrepende, depois perde perdão e procura o sacramento da Penitência, receberá o perdão. Contudo, como reparar o mal cometido que tirou a vida de alguém? Por isso, permanece uma pena após o perdão. Essa situação pode ter um indulto, uma indulgência, que a Igreja oferece em certas condições especiais e quando o fiel está bem disposto a buscar a santidade de vida, aproximando-se cada vez mais de Deus.
Para receber a indulgência, todos são chamados a realizar uma breve peregrinação rumo à Porta Santa, aberta em cada Catedral, ou nas igrejas estabelecidas pelo Bispo diocesano, como sinal do profundo desejo de verdadeira conversão. “É importante que este momento esteja unido, em primeiro lugar, ao Sacramento da Reconciliação e à Celebração da Eucaristia com uma reflexão sobre a Misericórdia. Será necessário acompanhar essas celebrações com a profissão de fé e com a oração pelo Papa, para o bem da Igreja e do mundo inteiro”, observa dom Leomar.
O ano da misericórdia é muito mais do que um tempo marcado pelo cumprimento de algumas práticas. Na realidade, trata-se de um grande convite a dirigirmos nosso olhar para a face da misericórdia do Pai: Jesus de Nazaré.
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